Me canso e morro de distâncias não ditas.
Os pés ardem do peso do pó
de uma encruzilhada à frente
e racham-se, temendo a secura.
Ponderando imponderáveis,
calço meus calos do medo desvisto,
desenhado por miragens passadas de trilhas e perdas.
E permaneço.
Morto.
Assassinado pela sede não sentida -
enquanto águas me contornam,
margens brilhantes de cegueira e vida:
os pés, hidrófobos, afundam-se pedras,
(des)esperando a dor futura.