sábado, 15 de junho de 2013

Petalar



Um beija-flor aprendeu a carregar perfumes. 
A leve ave, de invisíveis asas,
sopra uma pétala de ar, 
a vestir-me jardim.

Vendo brisas em rosas, 
inalo a luz etérea do pássaro:
arco-íris de aromas – estou. 

Da terra que nasço floresço mãos,
hálitos de aurora, de agoras e aqui:
aprendiz de bálsamos – sou. 

No revoar de flores e corpos,
o sorriso da aquarela que me desenha;
os toques riscam ventos, suspiros, 
violetas de rosas brancas margaridas.

E nas penas do beija-flor, o pólen multicor,
carregando o Éden que somos – infinito. 



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