sábado, 9 de outubro de 2010

Campo do Adeus



Não tragas, na vaga sorte

do arado, a verdes pastos
a dura marcha do sangrar.

Não vagues em claro falso:
o tropel da louca fome,
que em veredas tanto ousa,
devasta imatura relva,
viúva da altaneira rosa.

Não plantes ferina flor,
fustigando afetos com
pétalas-coroas dos
espinhentos louros do
querer.

Não colhas o que
em ti se desfolha,
o que é em ti desfruto.
A mão, a sangrar a seca,
lavra precária o ignoto.

Pois teu arame
em labirinto ata:
rosa cinza e rubra,
do verde desvendo,
regando o desterro.



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