sábado, 18 de setembro de 2010

O Chefe

A Jorge Dias, in memoriam


A ordem foi clara: "Terminem". Espantados pelo inesperado imperativo, todos olhavam o Chefe, que nunca foi afeito a minúcias. Atônitos, continuavam parados.

As mãos abertas, tateando ferramentas invisíveis, agora engatinham a continuidade.

Retirando-se, o Chefe ainda olhou para trás, com a discreta alegria de saber que as ferramentas realmente existiam, claros verbos, em Chefes nascituros, guiados pelo verbo, ecoado na gênese dum outro universo – interno, diverso.



4 comentários:

  1. Homenagem merecida.
    Espero que descanse em paz.

    ResponderExcluir
  2. Perda incalculável. Que o nosso "Chefe" descanse em paz, pois não há dúvidas de que seu dever foi magistralmente cumprido.

    ∆٭♥∞

    ResponderExcluir
  3. Rapaz, eu soube da notícia. Ele não foi meu professor, mas minha mãe me contou do fato hoje. Quando vc entrou, nem me liguei/lembrei que vc o conhecia, por isso nem comentei nada. Apenas achei que vc saiu muito rápido, depois me liguei com o "fds cheio", pq Isabela entrou no msn dizendo que estava cansada.

    Como não tinha muita proximidade, não fiquei tão abalado como Tássio, Isabela ou vc, mas fiquei um pouco baqueado ao ler esse texto seu, mexeu um pouco comigo.

    Enfim... momento complicado, e belo texto.

    Abraço

    ResponderExcluir
  4. Quem aprendeu, aprendeu.. Quem não aprendeu....não aprende mais...
    Gênios são maltratados durante a vida e eternizados após a morte...Vou sentir saudades dele...
    Beijo.

    ResponderExcluir