Nuit
A porta se fecha
e o olho, prendido,
a perder-se no teto
de desfocado vazio.
A cama range,
afinando os ossos
de um corpo oco
em voltas insones.
Um corpo encolhe
em forma de feto.
Fundada a noite,
o frio se faz.
O peito se abre
ninando o ido:
desperto está,
deserto virá.
O corpo se cobre,
na pausa do tempo,
dum sonho eterno
que de dia é olvido.
O sonho no sono
se figura em vida,
silenciando dores
dum vazio acordar.
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