I've been a miner for a heart of gold
And I'm getting old.
Neil Young
And I'm getting old.
Neil Young
Fecho-me no amor que diariamente crio, devaneio tolo de uma vontade vagando numa fábrica de afetos, embalando caixas de carinhos. Não o megaproduto que se derrete na boca dos amorosos desesperados, que, na indomável ânsia do querer-ter, asfixiam-se nas voltas de línguas mudas pelo vácuo que sela embalagens e ouvidos. (Esse amor surdo e faminto já feriu meus lábios um dia.)
Mas singelas caixas que mal pagam uma curta propaganda. Embaladas cuidadosamente, quase artesanalmente, apesar dos gritos da fábrica. Os laços do sonho mantêm-nas fechadas, dando uma discreta beleza a algo tão simples. A preço de custo, à custa do peito. Lote de validade infinita, porém a umidade do almoxarifado da timidez e do desejo prejudica a qualidade. Se é para uma inexistente compra, não sei. Mesmo assim, os ruídos da incessante produção ainda são ouvidos.
Mas singelas caixas que mal pagam uma curta propaganda. Embaladas cuidadosamente, quase artesanalmente, apesar dos gritos da fábrica. Os laços do sonho mantêm-nas fechadas, dando uma discreta beleza a algo tão simples. A preço de custo, à custa do peito. Lote de validade infinita, porém a umidade do almoxarifado da timidez e do desejo prejudica a qualidade. Se é para uma inexistente compra, não sei. Mesmo assim, os ruídos da incessante produção ainda são ouvidos.
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