sábado, 15 de maio de 2010
Ponteiros e encontros
I
Padrasto do conhecer,
o Tempo, em marcha incerta,
faz dos fios do convívio
trincheiras do estranho.
Tirania trilhada no
transversado olho,
no silêncio do ignoto,
inimigo, ingrato e outro.
II
Pedaço do conviver,
o Tempo ata,
nas veias do laço,
a vereda dos sorrisos.
No ritmo do acaso,
tatos poucos tocam-se
no singelo segredo
do infindo apego.
III
Outro espelho
reflexo refratado
retrato resquício
cravado no peito
lavado de afeto
banhado em ira
vertendo sangue
no pulsar das horas
no ofertar da Vida.
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