quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Tela escura
Caixa pesada, encomenda a ser entregue.
Primeiro emprego, último dia a pisar numa escola
(aprendeu a difícil lição de não esperar sentado um futuro que nunca virá).
O medo dando força para sustentar o objeto embalado.
Sozinho estava:
– Gilson com mais um atestado médico e eu aqui...
Campainha, espera, espera, campainha, espera,
porta abrindo.
Nota fiscal em mãos, agora trêmulas;
a encomenda é conferida: monitor LCD;
a assinatura e entrega.
Faltava algo ainda:
dia inteiro de entregas,
garganta seca.
Língua seca,
voz seca e murmúrios.
– Por favor...
O monitor era o esperado,
não um pedinte.
Só um copo. Vida dentro.
Um pedido, um olhar. Vida.
Pedido, recusa, orgulho, ofensa. Vazio.
Olhos no chão, arrastados.
Água, água, água.
Que não sacia.
Que esvazia.
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Comentário escuro, que não sabe bem o que quer dizer, mas que tenta revelar a alegria (?) que sentiu em ler essa poesia.
ResponderExcluirParebéns Alex, auratizando o cotidiano.
Isso é poesia !
a água seca... e quando o tempo passa, EVAPORA....o que fica? o vapor ? a sombra? o somo? o nada...
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