terça-feira, 21 de julho de 2009
Epílogo
Hã?
Passou.
Sempre assim:
passou, não deu, não foi
não era.
E depois?
será?, serei?, virá?,
ganhar?
Agora
sempre é:
sem ação, realização
ou aspiração.
Agora é tarde.
Agora é noite.
Agora é morte.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Imagem desfocada
Outrora beleza e esplendor,
faísca de amores saíam dos
lábios.
E a chuva desbotada
despia o céu do seu jeans.
As bochechas roseavam-se
frente à fotografia fiel à ficção.
Engrenagem de sonhos martelando
o intocável dela.
Vergonha do seu alado.
Agora o chão, sangrando lucidez.
Nódoa, náusea,
cachaça.
O estardalhaço do trinco,
o trepidar das pernas.
O ocioso tombava,
tropeçava.
Jeans agora rasgado.
O risco no corpo,
mordida de mágoa
na pele pálida.
Nunca mais o velho retrato.
Rasgado, como seu rosto.
sábado, 11 de julho de 2009
Longo Voo
Não posso cortar as asas que me enfeitiçaram.
Não há tesouras no amor.
Verei daqui o voo longo que o futuro lhe faz.
Farei sementes desse fantástico
que um dia me passou.
Você levará as sementes.
Outros lugares pedem.
Não posso encolher os mundos.
Os jardins seriam oásis.
Talvez você volte a voar por aqui.
Sim, um dia você passará por aqui.
Mesmo que seja apenas uma pena.
Nossos jardins estão pelos mundos.
Estaremos juntos
mesmo nos seus voos mais longos.
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